segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mais uma percepção

Ontem dei-me o direito de agir por impulso um pouquinho. Nessa loucura de fim de curso, trabalho de conclusão de curso e outros mil projetos nos quais estou envolvida, não saio mais de casa. Se naturalmente sou reclusa e evito as pessoas, a situação está potencializada ao extremo. Quem me conhece deve estar agora com cara de "ah, conta outra", mas é verdade, apesar de adorar meus amigos e família, quase sempre prefiro ficar na presença de meus próprios pensamentos (me acha horrível por isso?).

Mas estou desviando-me do assunto. Hoje é aniversário de Goiânia (beijos, sua linda), por isso todo mundo de lá teve final de semana prolongado. Família quase toda viajando ou fazendo prova do Enem, enquanto eu fiquei em casa, porque como não moro mais em gyn, nada de dois domingos para mim. Mas acabei resolvendo voltar para Brasília apenas na segunda e descansar o restinho do domingo - plano que foi por água abaixo. Quase 22h quando fui convidada (inesperadamente, confesso) para sair.

Dúvida cruel: sair ou não sair? Prós, conversar amigos que a muito não via, ver gente, dançar. Contras, mais uma noite mal dormida. No fim das contas, parei de pesar prós e contras, agi por impulso, me arrumei em 15 minutos e fui. Confesso que não estava muito animada para dançar, mas foi muito bom. Conversei muito e ainda aliviei minha cabeça de todo stress. Cheguei em casa quase 3h da manhã e tive de acordar hoje às 5h30 para vir para Brasília (e nem deu para dormir no trajeto). Mas, por incrível que pareça, acordei energizada.

Talvez eu esteja errada sobre mim, talvez me faça bem sair e ver outras pessoas. Estou começando a achar que essa vida de reclusão não está com nada e só está me deixando ainda mais deprimida. No entanto, na hora de me convencer a sair ainda é duro. Meu corpo insiste em ficar quietinho na dele. Ou seja, como sempre, minha maior luta continua sendo comigo mesma. Parece que a guerra está longe de terminar...

sábado, 22 de outubro de 2011

Último poema de 2008

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

Eu? eu quero sempre mais!

Já percebeu como a vida pode ser irônica às vezes?
Rimos, brigamos, choramos... Achamos que a vida não vale a pena quando algo não sai conforme o planejado. Ficamos sonhando acordados, idealizando coisas, pessoas e situações. Mas quando vem a realidade... TIBUM! Tomamos um banho de água fria.

"Dos meus sonhos, eu procuro acordar e perseguir meus sonhos". Sim, eu estou citando a Pitty, pois como sua música: eu quero sempre mais. E para isso, não adianta sentarmos e ficar chorando porque as coisas não correspondem ao nosso imaginário. Perdemos boas oportunidades por estar esperando alguma coisa perfeita. A perfeição só se atinge com a prática, ou nem com ela, então melhor começar agora.

Esqueçamos nossos sonhos coloridos e perfeitos. É hora de pegar o papel, uma folha em branco, sentar na cadeira e pensar "o que eu quero da minha vida, qual meu verdadeiro sonho?" Só sabendo o que queremos é que podemos fazer alguma coisa para conseguir. e é fundamental que estejamos preparados para os percalços durante nossa jornada, porque eles existirão. Não paralise diante deles,faça alguma. Destrua-os, ou simplesmente escolha um caminho alternativo, o importante e não desistir.

Outro ponto importante que estou aprendendo com o tempo, é que quando fazemos algo de que gostamos e do que nos orgulhamos, tudo é melhor. Os desafios continuam existindo, você se cansa da mesma forma, mas pelo menos você tem vontade de continuar e ver tudo pronto. Então, se você aceita uma dica, ache aquilo do que você gosta.

Por hoje, é isso. Ignorem toda pieguice, eu pretendo melhorar isso.
Beijo


Três anos e muitas mudanças depois

Sinceramente, esqueci que um dia criei um blog que foi tão longe. Tudo bem que conteúdo mesmo é pouco, mas, ainda assim, foram 36 postagens (e alguns comentários, inclusive). Fico orgulhosa, e ao mesmo tempo desiludida comigo mesma. Esse é um projeto que eu não deveria ter abortado. Mas, tudo bem, nunca é tarde para nos arrependermos e voltarmos atrás (eca, que frase mais batida).

Aliás, começo pedindo desculpas pelo número de clichês e frases feitas que existem por aqui. Reli tudo o que está escrito, e acredito que estes três anos que se passaram foram muito bons para mim. Creio que amadureci meu texto e minhas ideias, me sinto quase outra pessoa. Se vocês quiserem, podem conhecer um pouquinho dessa nova Ju lendo os novos posts. Alguns, inclusive sobre assuntos já escritos, mas dos quais não tenho a mesma opinião.

Infelizmente, já começo justificando a pouca regularidade e frequência com que postarei. Quero sim, retomar este projeto, porém este é um momento especialmente tenso para mim (vésperas de formatura, atolada no trabalho de conclusão), mas sempre que der acrescentarei uma nova ideia por aqui. Espero conseguir voltar a algo mais parecido com o início do blog, com minha opinião sobre assuntos diversos, nada de diário (assim espero).

Minha primeira medida vai ser postar um texto que já pronto por aqui (próximo post). Coloco ainda hoje de manhã. Bem, é isso.
Até a próxima.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Conclusões difíceis

Sempre me senti a “vítima do mundo”.
Às vezes penso que gostava de me sentir assim. É muito fácil dizer que ninguém gosta da gente, que ninguém faz nada por nós, ou mesmo que a vida é uma droga! Difícil não é achar motivos para reclamar e lamentar. O que é difícil é olhar pro lado e ver que há pessoas sofrendo por motivos reais, pessoas que realmente têm o que poderíamos chamar de uma droga de vida. Mas essas mesmas pessoas ainda acham motivo para sorrir e para aproveitar a vida. Difícil é ver o quão pequenos e bobos são nossos problemas, o quão fáceis de resolver podem ser se apenas tomarmos uma decisão e agirmos. Difícil é encarar a vida de frente, é ver o quanto acontecem coisas maravilhosas com a gente o tempo todo e nem percebemos. Se lamentar é muito fácil. Fazer alguma coisa pra melhorar é que é difícil.

Damos infinita importância a coisas bobas e que não darão em nada, enquanto coisas importantes são esquecidas e proteladas. A vida não é o amanhã, não é o futuro, nem mesmo o que “eu irei ser quando crescer”, quando me formar, quando estiver trabalhando e ganhando dinheiro. Não é o nome que terão meus filhos, como será a minha casa, minha família e minha vida quando tudo estiver perfeito.
Não... a vida é o agora, o que estou fazendo nesse momento, o quanto estou aproveitando cada segundo nesse instante. A vida é o que eu faço que ela seja. É estar com os amigos e curti-los como se nunca mais os fosse ver. É falar o que pensa, se divertir e saber admitir os erros e pedir perdão. É estar com a sua família agora, e saber que eles é quem sempre estiveram, estão e estarão ao seu lado. É aproveitar a escola, os colegas, as férias, mas não pensando no que serão e sim no que são.

É não deixar nada para amanhã, é não esperar a perfeição de ninguém, é fazer o que quiser, quando quiser desde que não fira ninguém de forma alguma. É saber quem você é, e se o que você é não o fizer feliz, é deixar de sê-lo, não depois, não quando isso ou aquilo mudar, mas agora. Temos de encarar nossos problemas, temos de saber que eles existem. Mas não devemos exagerar suas proporções. Não devemos ser as “vítimas do mundo”, porque pensando bem, sempre há algo bom acontecendo com a gente, e sempre, SEMPRE poderia ser pior.

domingo, 6 de abril de 2008

Reorganizando as idéias

Sei que as últimas postagens têm sido lamentáveis.
Porém não pretendo apagá-las. Ficam como lembrança de que todo mundo tem um dia ruim, ou mais que isso. Mas tentemos resgatar o sentido desse blog. Isso nunca teve o intuito de ser um diário, e não vai se tornar um. Então partamos para alguma discussão que tenha de fato alguma relevância!

Todos concordamos que mais que os jovens, as crianças são o nosso futuro? Penso que sim! Então qual será o porquê de tantas tragédias infantis? São meninas torturadas, pai suspeito de assassinar filha... Onde esse mundo vai parar? Há muito tempo ouvimos falar das inúmeras crianças que morrem de fome na África, ou que são vítimas de minas... mas: “ah, isso é lá do outro lado do oceano... não há nada que eu possa fazer”. Explica? Talvez! Justifica? Não.

Não temos dado atenção ao que acontece ao longe, assim como fechamos os olhos ao que acontece no nosso país, estado, cidade, bairro, ou quem sabe até mais próximo que isso. No Brasil há inúmeras crianças nas ruas sem qualquer tipo de proteção. Proteção inclusive garantida pela constituição federal e pelo estatuto da criança. Passam fome, frio, não freqüentam a escola e não têm nenhuma perspectiva de futuro. 

Existem inúmeros casos de prostituição infantil. Garotas que deveriam estar estudando, ou até brincando, estão nas ruas ou são “exportadas”, e exploradas sexualmente. Meninos e meninas trabalham olhando vigiando carros, ou estão nos semáforos vendendo alguma coisa, panfletando ou “apresentando-se” em troca de qualquer trocado pra sobreviver, ou pra entregar a algum explorador de menores. Fora os que acabam no mundo do crime.

Até quando fecharemos os olhos a tantos absurdos que acontecem, não lá do outro lado do oceano, e sim do outro lado da calçada de nossas casas? A omissão é uma forma de concordar e dar continuidade a tantos atos desumanos de atentado ao futuro da humanidade. Se você não sabe o que pode fazer, comece por não se omitir. Denuncie qualquer tipo de abuso que presenciar ou souber. Não feche os olhos à realidade. Ao contrário, escancare-a, discuta o assunto, alerte o máximo de pessoas possíveis. E se tiver condições, faça parte de algum grupo de proteção à criança. Existem muitas ONG´s nesse sentido.

Enfim, o importante é que saibamos que o que plantamos hoje é o que colheremos amanhã. Se não por você, faça alguma coisa por seus filhos e familiares que continuaram nesse mundo quando você já não mais estiver. Não sejamos responsáveis pela inexistência de um futuro. Preservemos não só o ar, as águas e plantas... Preservemos principalmente as pessoas.

Da terra da poesia

Versos Íntimos

Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a ingratidão - esta pantera
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo, Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja esta mão vil que te afaga,
Escarra nesta boca que te beija!

Augusto dos Anjos

Semana Musical #6

Timidez
Biquini Cavadão
Toda vez que te olho,
Crio um romance
Te persigo, mudo todos instantes
Falo pouco pois
não sou de dar indiretas
Me arrependo do que digo
em frases incertas
Se eu tento ser direto, o medo me ataca
sem poder nada fazer
Sei que tento me vencer, acabar com a mudez
Quando eu chego perto, tudo esqueço
e não tenho vez
Me consolo, foi errado o momento, talvez,
Mas na verdade, nada esconde essa minha timidez

Eu carrego comigo a grande agonia
De pensar em você, toda hora do dia
Eu carrego comigo, a grande agonia
Na verdade nada esconde essa minha timidez

Talvez escreva um poema
No qual grite o seu nome
Nem sei se vale a pena
Talvez só telefone
Eu me ensaio, mas nada sai
O seu rosto me distrai
E, como um raio,
eu encubro, eu disfarço, eu camuflo, eu desfaço
Eu respiro bem fundo,
hoje eu digo pro mundo
Mudei rosto e imagem,
mas você me sorriu,
Lá se foi minha coragem,
Você me inibiu

segunda-feira, 31 de março de 2008

De volta!

Quanto tempo!
Será que alguém ainda se dá ao trabalho de passar por aqui pra ver se tem alguma coisa nova?
Veremos, não é mesmo?!
Do que irei falar??? Preciso de uma idéia... Um dia desses meu professor disse que pra se criar alguma coisa a gente tem de estar procurando. Podemos não saber o que, mas estaremos procurando. Que a idéia só nasce de quem está "grávido". Haha, tem umas histórinhas de Newton e a lei da gravidade, Einstein e a Relatividade... entre outros. Mas o que vale é que estavam estudando a tempos, e de repente, PUM, uma maçã na cabeça, e... "como eu num tinha pensado nisso antes? GRAVIDADE!!!"

Porque eu tô falando disso? Não tenho a mínima noção, apenas tava lembrando disso. Aliás, ultimamente tenho pensado e falado muita coisa nada a ver! Acho que por isso num estava escrevendo, não estou conseguindo organizar minhas idéias. Dort... mas não me mande calar a boca, se num quiser, simplesmente pare de ler, porque eu continuarei a falar.

Bem, não posso deixar esse blog tão às moscas, ele faz parte de um dos meus objetivos que tem a ver com não desistir do que eu quero. Então, nem que seja pra ficar falando besteira como agora, eu vou estar aqui sempre que possível.


Agora, mudando de assunto...
"Pássaros são belos enquanto livres pra voar!" Essa frase nasceu em minha cabeça do nada essa semana. E ficou martelando, martelando... Pensei no porque de ter pensado nisso. Cheguei à conclusão de que quando gostamos de alguma coisa, queremos ela pra nós. Assim, se achamos um pássaro bonito, logo queremos prendê-lo numa gaiola e monopolizar sua beleza e seu canto. Queremos ter aquilo conosco todo o tempo. Mas tudo que é preso perde o encanto. Quando engaiolamos uma ave, ela fica murcha, logo pára de cantar. Por mais que a tratemos bem, a falta de liberdade acaba com seu brilho.

O pior é que a frase apareceu num momento de reestruturação na minha vida. Num momento em que estou refletindo muito sobre meu modo de pensar e de agir. A conclusão foi inevitável, por mais que muitas vezes eu pense estar protegendo as pessoas, meu excesso de zelo pode ser sufocante. Não foi fácil chegar a isso (por mais que pareça óbvio), mas acho que está na hora de mudar um pouco. Estarei, claro, sempre pronta pra ajudar se alguém precisar. Mas pretendo deixar que sejam livres pra voarem, cometerem seus erros, se descobrirem, e voltarem a mim se realmente isso lhes fizer bem. Caso contrário... que sejam felizes na sua liberdade, que estarei em paz com a minha consciência!

Caraca, agora pareci a pessoa mais amarga do mundo! Desculpem, não foi a intenção. Até que estou de bem com a vida ultimamente.
E com as pessoas também...
Agora chega, já falei besteira demais para um dia só! Até mais!

Mais poesia

Soneto Antigo
Responder a perguntas não respondo.
Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.

Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.

O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.

Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.

Cecília Meireles