sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Divagações...

Observe uma fila de formigas. Elas se deslocam, uma após a outra, num ritmo constante. Era isso que eu estava vendo hoje de manhã, enquanto arrumava a casa. Lembrei-me então de uma vez ter ouvido que as formigas seguem umas as outras pelo cheiro que elas deixam no chão, formando um caminho. Passei o dedo no meio da fila. (Nossa que maldade!) Quando interrompi a passagem, as formigas se perderam. Ficaram ali, antenas tocando o chão pra tentar encontrar o caminho que deveriam estar seguindo. Rapidamente, o que era uma fila bem organizada, tornou-se um amontoado de pequenos pontos negros que não sabiam pra onde ir.

Fiquei pensando... “esses bichinhos são mesmo bobos! Porque não procuram um novo caminho?” Fiquei um bom tempo observando aquelas formigas sem saber para onde ir. Elas saiam do lugar onde eu havia interrompido seu caminho, mas ficavam sempre muito próximas àquele ponto, e logo voltavam. “São bobas mesmo!”, continuava pensando.

Foi aí que minha consciência então entrou em ação  e fiquem logo sabendo, ela é muito, muito sarcástica  “ Ha ha ha , olha só quem fala! Logo você, Juliana? Você que sempre leva a sua vida numa rotina incessante. Que nunca busca novos caminhos? Logo você que quando se vê diante de uma escolha opta pela alternativa mais segura? Pelo conhecido? Não, você não pode julgar essas pobres criaturas, você é igual a elas! Não, pensando bem, você é pior! Elas agem assim por instinto, vivem para isso, e é só o que sabem fazer! Mas você? Não, você é um ser racional, quer dizer, ao menos tem capacidade de pensar. Você poderia muito bem mudar de caminho. Mas não, insiste em não desviar da trilha!”.

Doeu! E doeu, porque eu não pude gritar MENTIRA, porque é a mais pura verdade. Aí então percebi que uma formiga passou reto pelo “engarrafamento” e acabou reencontrando a trilha, e foi seguida pelas outras, de volta ao trabalho que faziam antes. Essa formiga fez isso, não sei se por distração ou “coragem” de enfrentar o desconhecido. Mas foi ela (a formiga) que me deu esperanças. Tudo bem que ela faz com que as companheiras retomem a rotina, mas para mim essa formiga é desbravadora, ela é o que eu quero ser. Se lançou rumo ao desconhecido.

Tenho medo de mudanças, é verdade, mas sei que não sou a única, para falar a verdade isso é uma coisa natural de muitas pessoas. Talvez a consciência disso me faça diferente dessas pessoas, pois me faz querer mudar. E, sim, toda essa reflexão começou graças a "insignificantes" formigas, seres que às vezes nem percebemos, a menos que invadam nosso açucareiro.O mundo realmente pode nos surpreender, mesmo nas coisas mais pequenas!

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